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sábado, outubro 23, 2010

Retificando e ratificando a reflexão da aula do dia 14/10.

Venho por meio desta retificar ou ratificar alguns itens colocados na reflexão sobre a aula ministrada no dia 14 de out de 2010, em que eu, Priscila, e meu grupo, na qual um dos membros estava ausente na referida data, elaboramos aquele tão contraditório documento.
Primeiramente, eu, Priscila, venho observando a turma e tenho ouvido comentários que não me apraz nem um pouco, porém, não vou colocar ninguém “na roda” como comigo fizeram. Creio que dentre nós há apenas educadores, e sendo assim, estamos todos “no mesmo barco” aprendendo e ensinando a cada dia.

Secundariamente, irei enumerar minhas observações e, desta vez, contarei apenas com minhas opiniões dos fatos observados. Não me agrada o fato de “ouvir falar” ou fala-se ou cala-se. Agrada-me imensamente o fato de a senhora, especificamente, não apenas aceitar como pedir a nossa opinião sobre seu trabalho a cada aula, e de diversos pontos de vista, o que, para mim, já demonstra que está disposta a aprender conosco como estamos para aprender com a senhora, pois aqui nesta vida somos todos aprendizes e quem acha que não já está morto mesmo que em vida, já dizia Platão na filosofia socrática que só sabemos que nada sabemos.

“Em suma, a comunicação aberta não contém provocações, ameaças ou insultos. E tampouco dá lugar às inúmeras formas de defensividade _ desculpas, negação de responsabilidade, contra ataque com uma crítica e coisas assim”. (GOLEMAN p. 165)


Acredito que não pesei muitas coisas que escrevi e percebo que faltou feedback por ruídos na comunicação, pelo pesar instantâneo que causou aos leitores. Vejamos então como posso corrigir este erro.
                                                                                      
“(...) o feedback consiste no intercâmbio de informações sobre o funcionamento de parte de um sistema, já que uma parte interage com as demais, de tal modo que, quando uma delas entra em desarmonia com o todo, deva ser reajustada”. (GOLEMAN p. 170)


Elencarei, portanto, os fatos e observações. Inicialmente foi feita uma reflexão exclusivamente do grupo em que as queixas eram a iniciação arbitrária ao mundo virtual, a impossibilidade de reunir os grupos extraclasse e a idéia de apenas um membro do grupo manter as anotações dos trabalhos realizados pelo coletivo.
Oras, aparentemente, no que me diz respeito, a inserção à informática é emergente, os grupos de trabalho em classe já são suficientes pra construir um programa de trabalho e o que por acaso ficar em falta no momento pode ser resolvido posteriormente por meio de e-mails, messenger ou telefone, em último caso, o que ainda facilita a administração do tempo que para muitos é vital, visto que ou estão trabalhando ou estão em aula e quando chegam à casa mal podem descansar porque precisam dispensar atenção ao marido e filhos, à preparação de aulas e lá se vai o tempo para estudar.
Quanto ao fato de apenas um fazer as anotações formais, não significa que ninguém está proibido de anotar, e sim, que apenas uma tarefa será entregue em nome do grupo, mas quando isso foi questionado, a resposta automática foi a clássica “a professora que mandou fazer assim.”

O grupo na qual eu sou membro ainda refletiu sobre a necessidade de explicação para facilitar a compreensão do conteúdo ministrado. Entendo também, que estamos sim tendo conteúdo, e muito, porém embora todos tenham bagagem de vida de sobra, alguns não tem vivência prático teórica das metodologias aplicadas, o que “o vento” traz como besteira e perda de tempo tem sim uma metodologia intrínseca que tem sido ignorada por falta de conhecimento específico.

“(...) diferentes tarefas podem implicar o recurso a diferentes membros da rede de trabalho. Na verdade, isso cria a oportunidade de formação de grupos temporários para uma tarefa específica, cada grupo com membros apropriados para oferecer uma ótima coleção de talentos, conhecimentos e colocação”. (GOLEMAN p. 180)

A sondagem do que o aluno já sabe para que se mergulhe no mundo dele e dali se parta tem sido realizada com êxito, visto que a senhora mesmo comentou conosco que os erros cometidos no princípio das produções escritas foram corrigidos nas subseqüentes.

O que tem se falado das aulas participativas e das de ajuda mútua não condiz com a realidade. É exatamente por meio delas que desenvolvemos dois dos pilares da educação que é o aprender a ser e o aprender a conviver, pilares esses explorados diariamente nas aulas lecionadas, inteligências essas consideradas as mais importantes, a inter e a intrapessoal.

“Sempre que as pessoas se reúnem para chegarem a um consenso, seja numa reunião de planejamento executivo ou como uma equipe de trabalhando para chegar a um produto partilhado, têm num sentido muito concreto um QI de grupo, que é a soma total dos talentos e aptidões de todos os envolvidos. A forma como realizarão a sua tarefa bem como o êxito que obterão, serão determinados pelo nível desse QI. O tipo de elemento mais importante na inteligência de grupo, revela-se, não é o QI médio no sentido acadêmico, mas sim a inteligência emocional. A chave para uma alto QI de grupo é a harmonia existente entre os membros que o compõe. É essa capacidade de harmonizar que, mantida a igualdade de condições em tudo o mais, tornará um grupo especialmente talentoso, produtivo e bem sucedido, e fará outro – com membros cujo talento e habilidade são iguais em outros aspectos – se sair mal. (GOLEMAN p. 179)


Não quero fazer uma crítica destrutiva, gostaria apenas que os métodos fossem apontados e explicados, somos os professores do futuro, nossos filhos, sobrinhos e netos serão alunos de professores formados como nós e dentre nós, temos que ter a noção de que é pra formar cidadãos que estamos aqui, e devemos fugir do antigo modelo compartimentado, enfileirado, calado e imóvel que tanto criticou Paulo Freire, ao modelo que estamos tendo.
Mas como, se não for manifestado esse desejo? Não acho que falar bem ou mal na ausência da pessoa com quem se deve tratar seja a melhor solução. Como também não se pode reclamar que não nos foi dada esta oportunidade, se as aulas estão abertas desde o primeiro dia às reflexões dos alunos, atitude essa que nunca tomamos ou vimos ser tomada, acredito eu na minha vã filosofia.


“Na verdade, uma das formas mais comuns de crítica destrutiva no local do trabalho, diz um consultor empresarial, é uma declaração generalizada do tipo “Você está (...) tudo”, feita num tom duro, sarcástico, inamistoso, que não abre espaço para um argumento ou sugestão de como fazer melhor.” (GOLEMAN p. 170)


            Se essa liberdade de expressão nos foi dada por livre e espontânea vontade, porque cercearmos o professor de saber a verdade daquilo que pensamos pra dizer que a aula é linda, os alunos são lindos e o Brasil é lindo para depois falar pelas costas? Segundo Levinson, “­A especificidade é tão importante no elogio quanto na crítica. Não vou dizer que o elogio vago não tenha nenhum efeito, mas não tem muito, e não se pode aprender com ele.” Por que fecharmos uma linha de comunicação tão importante com ruídos estúpidos?

“Um ataque ao caráter... chamar alguém de idiota ou incompetente... é erro de alvo. A gente põe logo o sujeito na defensiva, de modo que ele não fica mais receptivo ao que temos a lhe dizer para melhorar as coisas”. (GOLEMAN p. 172)

            Não venho, portanto criticar a pessoa do professor, como tenho visto, e tampouco o método utilizado, e sim a ausência de outros métodos complementares e a ausência de justificativa pra os métodos utilizados. Fico imensamente grata à professora por atender tão prontamente à reflexão feita, pois na aula seguinte acrescentou método e explicou o objetivo que alguns ainda ignoram por falta de conhecimento e não de capacidade ou de inteligência, oras, estamos aqui pra aprender e não pra condenar quem não teve ainda essa oportunidade e assim reciprocamente.


“Levinson também dá alguns conselhos para os que recebem a crítica. Um eles é vê-la como uma informação valiosa para aprimorar o seu próprio trabalho, e não como um ataque pessoal. (...) Finalmente, ele aconselha as pessoas a verem a crítica para resolver problema, e não como uma sugestão de confrontamento”. (GOLEMAN p. 173)


Gostaria de ressaltar que a pesquisa utilizada naquele foi a qualitativa que visa ao conteúdo e não à quantidade de agentes pesquisados.


GODOY (1995ª, p.62) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber:
(1)   o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental;
(2)   o caráter descritivo;
(3)   o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como preocupação do investigador;
(4)   enfoque indutivo.


Neves ressalta ainda que há problemas e situações cuja análise pode ser feita sem quantificação de certos detalhes, delimitação precisa do tempo em que ocorreram, lugar, causas, procedência dos agentes, etc.; tais detalhes, embora obteníveis, seriam de pouca utilidade. Neste caso, pode-se então justificar como grupo classe a amostra utilizada de pelo menos 1 membro de cada grupo, dentre os quais quatro dos seis foram pesquisados.

Haim Ginott, psicólogo e avô dos programas de comunicação efetiva, recomendava que a melhor fórmula para uma queixa é XYZ. Por exemplo, “Quando você não me ligou para dizer que ia chegar atrasado para o nosso compromisso de jantar, eu me senti menosprezada e zangada. Eu gostaria que você me dissesse que vai se atrasar” em vez de “Você é um sacana irresponsável, só pensa em si mesmo” que é como a questão é muitas vezes colocada (...). Desta maneira, se temos ou não críticas ou elogios, devemos primeiramente fazê-los do modo formal, fundamentá-los, dar alternativas, e não jogar palavras ao vento sem objetivos apenas para deprimir ou alegrar os ouvintes. E sendo assim, encerro esta com o pedido a todos que tenham algo a acrescentar ou a retirar que o faça aqui, perante todos. Somos um grupo e devemos estar abertos para críticas e não apenas aos elogios. Prefiro uma crítica fundamentada que me torne melhor do que sou agora a um elogio sem sentido que me dê uma falsa imagem daquilo que não sou e que me lance para o alto de tal forma que, ao cair, não haja quem me ajude a levantar.
Encerro esta com uma frase dita na última aula do dia 23 de out de 2010, pela professora Rosana e com uma observação à mesma, “Eu posso ter muitos defeitos mas eu empurro vocês lá pra frente.” Não importa quanto defeitos temos, todos os temos, mas o fato de assumir qualquer um deles em público e nos dar ao direito de crescermos juntos e assim progredirmos, já se torna a maior qualidade que eu encontrei em um professor, ainda mais de um professor de professores. Sigamos pois o exemplo, só sabemos que não sabemos nada e estamos dispostos a nos desenvolver enquanto pessoa, aluno e professor para que um dia, sejamos não só a sombra de um professor mas o próprio em toda sua plenitude.



NEVES, José Luis. Pesquisa Qualitativa – Características, usos e possibilidades. Página 1, Item 1: Introdução e item 2: Características da pesquisa qualitativa. http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/c03-art06.pdf. Acesso em 23 de out de 2010, às 11h e 47 min.

Olá Priscila,
Que bagagem teórica! Parabéns! Você é uma excelente parceira de pesquisa. Adorei seu texto, bem escrito e fundamentado.
No momento, a ajuda que eu preciso do grupo é para ajudar a segurar a ansiedade e insegurança naturais iniciais para que o trabalho seja cooperativo e solidário e, com certeza,  o crescimento será partilhado.
A professora Ângela sente a mesma coisa que eu: como acalmar o grupo? Queremos que aproveitem e se deixem conduzir com confiança, apoiando-se nos seus "pares produtivos" (Vygotsky é o cara!).
As oficinas de informática nos sábados, por exemplo, são exemplos de colaboração solidária e produtiva. Ângela e eu nos sentimos muito felizes com os resultados. Tanto ela quanto eu poderíamos “exigir” sem ajudar, mas optamos por priorizar esse “socorro”. As colegas que já tinham o domínio dessa ferramenta não hesitaram em arregaçar as mangas e socorrer quem está começando agora. Todos têm que compreender que usar a informática é requisito básico.
Eu, com minhas intermináveis correções e leituras dos textos enviados, percebo claramente o desenvolvimento rápido que está ocorrendo. Tenho experiência suficiente para afirmar: ainda é muito cedo para avaliações pessimistas. Estou ouvindo com atenção e carinho tudo o que comentam (mesmo nos bastidores).
Quanto a conteúdos e gramática, a disciplina foca produção e leitura de texto, com a gramática discutida e analisada a partir dos textos produzidos. Achei que havia deixado bem claro para todos que nossa fundamentação é: a construção partilhada de conhecimento, na perspectiva sociointeracionista de Vygotsky; a teoria do letramento e gêneros textuais para serem vivenciadas e levadas para a prática nas escolas (Bezerra, 2010). É fundamental que o grupo supere essa concepção tradicional de “aula de português”.
É isso que estou fazendo, passo a passo, conforme meu Plano de Ensino apresentado a todos e reformulado, após as reflexões recebidas. Assim que nossa coord. Marly aprová-lo, retorno ao grupo com as modificações.
Olha, mais discussões sobre o trabalho do professor e alunos nunca vi! Acho isso MARAVILHOSO. Era tudo o que eu queria.
Essa contribuição foi preciosa.
Obrigada.
Bjs a todos.

Professora Rosana.

Apesar do meu breve momento de revolta com alguns colegas que participaram da minha primeira pesquisa e por medo de reataliações por parte da professora não se manisfestaram...rsrs... fico feliz de ter redigido este texto, não diretamente à professora, mas por saber que todos iriam ler e talvez, mesmo com muita resistência de alguns, absorver alguma coisa desse momento de discórdia.
Sair da nossa zona de conforto é dureza, e ter que se apresentar no meio da sala para culpar alguém por uma falha ou um medo nosso é bastante desconcertante, ser apontado como a pessoa que está fazendo a guerra com a professora sózinha é ainda pior... rsrs... como diz o bordão não tem preço.
Mas valeu à pena, principalmente por ouvir da boca da professora, sem esperar, que ela conhece o aluno pela escrita, rsrs... e olha que eu nem tinha escrito nada de pessoal, ainda...
Naquele momento, ao sair da zona de conforto, levantar um problema e buscar a solução para ele, não apenas para solucionar mas até para me defender das investidas contra a professora supostamente feitas por mim, surgiu o maior lição do semestre: a importância da relação professor aluno. Não importa que o aluno se esconda ou se mostre, o professor sabe exatamente quem é a criatura por trás do caderno e da caneta, ou no caso da tela do computador, e essa surpresa eu tive... rsrs...
O canal de comunicação aberto alí, naquele instante, mesmo se não foi significativo pra mais alguém, foi a maior lição de vida, o maior aprendizado que um professor me proporcionou. Me fez ver algo que na prática que não existe em livros, e a teoria é fraca pois não vemos exemplos e só se educa pelo exemplo.
Fico feliz, fico muito feliz de participar dessa turma, de ter a oportunidade de crescer com essa família que se tornou o parfor.
E mais uma vez, só posso dizer duas palavras, obrigada professora...


"Pensar é fácil, agir é difícil, e colocar os pensamentos em ação é a coisa mais difícil do mundo"

                                                                                                         Wolfgang Von Goethe"
"O esforço da mente para se manter livre de todo tipo de submissão, mater-se curiosa, aberta, insaciável em todas as suas relações com a natureza — é dez vezes mais difícil que o cultivo de um ponto de vista estável e satisfatório, mas é milhares de vezes mais precioso."


                                                                                                         Gardner Murphy

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original."

                                                                                                         Albert Einstein

João Victor... Minha pérola mais preciosa... aos 4 meses...


 

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